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Das Vantagens de Ser Bobo (Clarice Lispector)

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  O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar no mundo. O bobo é capaz de ficar sentado, quase sem se mexer por duas horas. Se perguntando por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando." Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia. O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não veem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os veem como simples pessoas humanas. O bobo ganha liberdade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski. Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea o...

Colombina (Ed Motta / Rita Lee)

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Se você voltar pra mim, Juro para sempre ser arlequim E brincar o carnaval Viver uma fantasia real Sou um triste pierrot mal-amado Mestre-sala desacompanhado Um bufão no salão a cantar... Colombina, hey! Seja minha menina, só minha Bailarina, hey! Mandarina da China, rainha Quero ser seu rei! Um rei momo, sem dono, sem trono Abram alas pro amor! Minha vida sem você É uma canção de amor tão clichê O meu "bem-me-quer" não quis Fez de mim um folião infeliz Sou um triste pierrot mal-amado Mestre-sala desacompanhado Um bufão no salão a cantar... Colombina, hey! Seja minha menina, só minha Bailarina, hey! Mandarina da China, rainha Quero ser seu rei! Um rei momo, sem dono, sem trono Abram alas pro amor! * Click e ouça a Música! Versão Acústica

Deusas do Cotidiano (Sérgio Vaz)

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O nome dessas mulheres eu não sei, não lembro e nem preciso saber. São nomes comuns em meio a tantos outros espalhados por esse chão duro chamado Brasil. Mas a maioria conheço bem, são donas de um mesmo destino: as miseráveis que roubam remédios para aliviar as angústias dos filhos. É quando a pobreza não é dor, é angústia também. São as ladras de Victor Hugo. Donas da insustentável leveza do ser, as infantes guerreiras enfrentam a lei da gravidade. Permanecem de pé ante aos dragões comedores de sonhos que escondem na gravidade da lei. Das trincheiras do ninho enfrentam moinhos de mós afiadas para protegerem a pança dos pequeninos. São as Quixotes de Miguel de Cervantes. Místicas, não raro, estão sempre nuas em sentimentos. Quando precisam, cruas, esmolam com o corpo, e se postam à espera do punhal do prazer que cravam no seu ventre. È quando o prazer humilha. São as habitantes do inferno de Dante. Rainhas de castelos de madeiras, sustentam os filhos como príncipes, e o...

Céu da Boca (Emanuel Galvão)

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Um beijo em teu sorriso!  Este portal da alegria Onde o sol nasce e se  põe, E, mesmo quando choras,  As chuvas de  tuas lágrimas Fazem-se arco-íris Com a luz resplandecente Do teu belo  sorriso. Este portal da alegria, Que  guarda, mas não oculta As estrelas cálidas, Que  espalham-se pelo  céu, Espelhando todo suntuoso universo  Da tua boca. Tal sorriso,   Só poderia ser  emoldurado Por tão carnudos lábios, Lapidados pelo  próprio Eros:  Lúbricos de  mel. E, em meio à fantasia  Deliro em cócegas,  Que  tua língua Faz em minha alma. Esse  palácio lascivo  Que são os teus lábios,  Traz-me o inefável prazer  Que  habita em teu beijo. E, quando neste universo De mel, singularidade e  fantasia  Finalmente, sinto-me amplo. E, no teu céu, Atinjo o êxtase de  brincar, De procurar e...

A Borboleta e a Menina! (Zealberto)

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A borboleta amarela veio da rosa pra mim, em minha mão calejada deixou olor do jasmim, um momento comovente que só se vê num jardim. A borboleta e a rosa se confundem na folhagem, uma nasce perfumada, outra parece miragem, uma vive no jardim a outra está de passagem. A menina acompanhou aquela cena tão bela desejando criar asas e sair pela janela beijando todas as flores qual borboleta amarela. Copyright © 2008 By Zealberto All rights reserved Click e veja mais do AUTOR

José Alberto Costa (Biografia)

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JOSÉ ALBERTO COSTA nasceu em Paulo Jacinto-AL em 21 de maio de todos os anos (segundo ele mesmo). Gosta de se auto-apresentar com  o verso de *Geir Campos: "Operário do canto, me apresento / sem marca ou cicatriz, limpas as mãos, / minha alma limpa, a face descoberta, / aberto o peito, e - expresso documento - / a palavra conforme o pensamento".   Como funcionário concursado do Banco do Estado de Alagoas, onde permaneceu por 30 anos, chefiou na Assessoria de Comunicação/Marketing. Foi Secretário de Comunicação Social do Governo do Estado de Alagoas (1982/1983). Trabalhou nos jornais: “Diário – Alagoas”, nos semanários “Extra-Alagoas” e “Repórter Semanal”. Fez outros trabalhos freelance para jornais e revistas. Durante dois anos escreveu uma coluna no semanário “A Notícia”. É consultor de texto das revistas “VenhaVer” e “Alagoas S.A” e do Conselho Editorial do jornal “O Dia”. Membro efetivo da Academia Maceioense de Letras e da Associação Alagoana de Imprensa...